Flash Note: A fórmula política que o BCE descreveu como “notável” sugere que eles precisam aliviar a política monetária novamente.

A fórmula política que o BCE descreveu como “notável” sugere que eles precisam aliviar a política monetária novamente.

22 de Março, 2019

 

A fórmula notável do BCE sugere a necessidade de mais flexibilização

 

  • Uma regra concebida pelo ex-membro do Conselho do BCE, Athanasios Orphanides – elogiado por pesquisadores do BCE logo após o fim da flexibilização quantitativa – declara que a política está agora muito apertada.

 

  • A política vincula as mudanças nas taxas de juros à lacuna nas expectativas de inflação um ano à frente e à meta, bem como a diferença entre as previsões de crescimento e o potencial de longo prazo.

 

  • Após meses de dados econômicos fracos, o BCE foi forçado (um eufemismo a dizer que estava errado em suas projeções) a reduzir suas perspectivas de crescimento e inflação.

 

Reação dos mercados

 

  • Voltando ao ponto de partida. Para que todo o esforço nos estímulos serviu? O bônus alemão de 10 anos caiu abaixo de zero pela primeira vez desde 2016.

 

  • A perspectiva mais negativa alimentou a demanda por papéis alemães, com os investidores comprando dívidas de longo prazo em meio a crescentes evidências de uma possível recessão (esse ainda não é nosso cenário central).

 

A política não ajuda

 

  • A ascensão do populismo na Europa está alimentando apostas de especuladores sobre a volatilidade do mercado de ações, com alguns Hedge Funds apostando em maior incerteza política e maior volatilidade nos mercados acionários europeus antes das eleições do Parlamento em maio.

 

  • Em um dos primeiros sinais concretos visto nos mercados financeiros de que os investidores estão se preparando para uma instabilidade política, o VSTOXX futuros(volatilidade implícita para contratos futuros que expiram em maio) mostrou um salto pronunciado para 16,8%, de 13,1% no início da semana (veja o gráfico abaixo).

 

  • Para tornar as coisas ainda mais difíceis (embora no fundo eu ache que é uma excelente iniciativa), a Alemanha está buscando impor sanções para os infratores do teto da dívida. Os conservadores alemães pretendem apertar o cumprimento da meta máxima da dívida da UE, sob a qual a dívida pública não pode representar mais de 60% da produção nacional. (quase ninguém está em conformidade com essa regra principal). A União Democrata Cristã(CDU), da Chanceler Merkel, e seu partido irmão da CSU Bavária, prometeram “limitar a margem de desvios nos procedimentos de déficit e criar mais oportunidades para sanções na Europa” na versão preliminar apresentada ontem.

 

  • Vamos esperar para ver como os demais países da zona do euro receberão a iniciativa de reimpor (e em alguns casos acelerar) a austeridade.

 

As implicações.

 

  • Por enquanto, as implicações vão desde uma fraqueza estrutural clara para o euro, até a possibilidade de que o mercado acionário europeu não consiga acompanhar o ritmo do mercado norte-americano. Os títulos europeus (governos e crédito) podem permanecer sustentados, embora percebamos excessos em seus preços (fundamentalmente falando).

 

 

Cumprimentos

 

ALEX FUSTE

Chief Economist

ANDBANK