16 de Maio, 2019
Como vocês já sabem, Washington decidiu congelar (por 6 meses) sua decisão de aplicar tarifas sobre a importação de automóveis e componentes de automóveis. O Secretário de Comércio, Wilbur Ross, teria reconhecido que a ameaça de impor a seção 232 sobre segurança nacional para dar cobertura legal ao aumento tarifário não teria alcançado seu objetivo, que não era outro senão pressionar outros parceiros comerciais – em especial a UE, para tentar abordar um amplo acordo comercial que deveria ir além do setor automotivo.
Em 2018, Juncker e Trump se reuniram para estabelecer as bases de negociação deste “amplo” acordo, mas os americanos finalmente acabaram percebendo que, efetivamente, essas negociações não avançam, e atribuem isso principalmente a dois motivos:
Seja como for, hoje foi colocado no freezer a possibilidade de aumentar as taxas para os automóveis. Alguns economistas alertam que o simples fato de atrasar a decisão por 6 meses não significa que esse risco tenha deixado de existir. Pois bem. Essa é a questão desconfortável do dia: depois de seis meses a ameaça de tarifas sobre carros europeus retornará?
Até lá, Washington estará em “plena” campanha para a corrida presidencial de 2020, e é difícil pensar que nesta época irão envergonhar um setor chave como o automotivo (comprador de grandes quantidades de componentes provindos da Europa). De acordo com essa perspectiva, pode ser que essa pausa que nos foi dada hoje tenha um caráter mais permanente do que muitos pensam. Talvez até novembro de 2020.
Isso, em si, é uma excelente notícia. Algo importante nestes tempos.
E além dessa data? Bem, precisamos voltar a falar de carros, aço, alumínio e, acima de tudo, da agricultura. Mas isso já estará em outra nota.
Saudações,
Alex Fusté
Global Chief Investment
Andbank